Tudo o que rolou no primeiro evento de CGI totalmente oferecido pela Chaos Group
Aconteceu neste fim de semana o primeiro Total Chaos, que é o primeiro full event a ser oferecido pela Chaos Group. E a gente mostra pra você o que rolou de mais importante por lá!
O Total Chaos foi um evento completamente diferente dos outros. A primeira diferença: aconteceu em Sofia, Bulgária, sede da Chaos. A ideia era possibilitar que o maior número de desenvolvedores do V-Ray & cia pudessem participar do evento e ter contato direto com os participantes. Dessa forma, foi uma oportunidade única para encontrar no mesmo lugar, Vladimir Koylazov (aka Vlado, o “pai” do V-Ray), Christopher Nichols (diretor criativo e host do CG Garage) e Ondra Karlík (“pai” do Corona), além de muitos outros nomes do CG mundial.
Em seu site, nosso amigo Fabio Palvelli já publicou a primeira parte de sua cobertura em vídeo com um mega vlog do evento. Como sempre, muito divertido!
Como o evento não foi focado em uma indústria em especial, os participantes tiveram um dos mais variados cardápios de palestras já vistos em eventos do tipo. Marek Denko, Ian Spriggs e muitos outros mostraram seus trabalhos e deram insights sobre a indústria, mercado e muito mais.
Por fim, o Total Chaos também foi palco de um dos anúncios mais importantes do ano: o lançamento do V-Ray Next.
Afinal, o que é o V-Ray Next?
Você que acompanha o V-Ray Masters já sabe a resposta: mais do que um novo release, o V-Ray Next marca a próxima geração de renderizadores.
(por isso o nome “V-Ray 4” foi descartado)
O novo V-Ray foi reescrito, se livrando de mais de uma década de código que muitas vezes já não era exatamente a melhor solução para diversos problemas de renderização e apenas tornava o software mais lento e pesado. Dentre as maiores mudanças, o novo V-Ray possui uma nova tecnologia de análise de cena que permite renders mais rápidos e limpos quase sem intervenção do usuário, deixando mais tempo para a criação propriamente dita. E não é só isso: o V-Ray Next abraça o render por GPU como nunca antes, o que permite, no geral, uma melhora de 25% na velocidade dos renders.
E o que há de novo?
Bem, muito do que foi mudado acontece debaixo do capô, ou seja, não é visível diretamente pelos usuários. Mas também temos muitas coisas novas rolando que irão mudar a maneira como você trabalha hoje.
Adaptive Dome Light
Todos já passamos por isso: uma cena interna com dezenas de janelas e a intenção de iluminá-la com um daqueles incríveis HDRIs da sua biblioteca. Perdemos minutos preciosos posicionando skylight portals em cada janela, cuidadosamente calculando o balanço ideal entre o resultado que queremos e o peso disso no render.
Bom, dê adeus a essa parte da sua vida.
Uma das vantagens da análise inteligente que o V-Ray Next faz é que agora você pode usar uma única dome light para fazer toda a iluminação zenital de uma cena, com a vantagem adicional de ter um render mais limpo e até 7x mais rápido do que antes.
Não vamos entrar em muitos detalhes aqui, pois mostraremos tudo em um vídeo especial de lançamento do V-Ray Next nos próximos dias, mas a ideia por trás dessa maravilha é que o V-Ray Next utiliza o mesmo princípio do Light Cache para analisar a cena e entender por onde os raios que vêm de fora entram no ambiente. Assim, ele consegue dizer à dome light onde ela deve gerar raios e onde ela não precisa, de forma que a otimização do cálculo permite um render muito mais rápido e preciso. Basta ligar a opção Adaptive Dome Light em sua luz e voilà!
Exposição e White Balance automáticos
Uma das dúvidas mais comuns desde o V-Ray 3.6 é: onde foi parar a VRayPhysicalCam? Mesmo hoje, quase 3 anos depois, muitos ainda não sabem que ela foi “retirada” do Max em favor da Physical Camera que a Autodesk incluiu no Max 2016 (curiosamente, baseada na VRayPhysicalCam). Bem, se você sente falta dela, fique feliz: ela está de volta!
A “nova” VRayPhysicalCam vem com uma interface mais organizada e simplificada, e também traz uma novidade muito interessante: é compatível com Exposição e White Balance automáticos!
Basicamente, a VRayPhysicalCam agora pode ser usada como uma câmera point&click: você não precisa configurar a exposição nem o equilíbrio de branco para sua cena, deixando que o V-Ray Next analise e defina qual a melhor exposição e qual o tom certo para o WB. Simples assim.
Tremendamente útil para animações onde a câmera sai de um ambiente com pouca luz para um com muita luz (ou vice-versa), permitindo que o usuário não tenha que se preocupar com o render sair escuro ou estourado, por exemplo.
E a minha GPU?
É seguro dizer que o futuro da renderização está fortemente ligado ao uso de GPUs. Mais rápidas que CPUs, cada dia mais potentes e com mais memória, elas se tornaram muito mais do que um apetrecho para gamers para tornarem-se uma opção viável para render. E o V-Ray Next sinaliza essa mudança.
Agora, não apenas temos à nossa disposição o render híbrido (GPU+CPU), mas o próprio V-Ray RT foi reformulado desde a base para poder, finalmente, ser usado como mais do que um render para previews. Rebatizado VRay GPU, o renderizador está muito mais rápido através de um kernel totalmente redesenhado e já pensado para as novas arquiteturas de placas de vídeo que ainda estão por vir, não apenas deixando o preparado para as novas gerações de hardware como também aproveitando ainda melhor as atuais (47% mais rápido na nova Quadro GV100).
Além disso, tomou-se o cuidado de a interface do V-Ray GPU mostrar apenas as features compatíveis com o V-Ray “Offline”, garantindo total fidelidade entre os dois renderizadores e tornando a escolha algo fácil e sem impactos negativos em seu workflow. Tem placas de vídeo sobrando? É só usar!
Novo NVIDIA AI Denoiser
Se você já renderizou qualquer coisa na vida, sabe que o noise é o grande vilão de qualquer render. Sempre presente, grande parte do tempo que gastamos renderizando imagens ou animações deve-se à necessidade de nos livrarmos daquele granulado indesejado.
Quando a Chaos lançou o V-Ray 3.6, uma das grandes novidades foi a introdução do Denoiser: um algoritmo capaz de limpar uma imagem granulada, o que na prática significa que você pode esperar menos tempo pelo seu render e o computador “adivinharia” o resultado final.
Pois bem, a coisa andou um pouco mais agora. A NVIDIA introduziu recentemente seu próprio algoritmo de denoising que utiliza AI (Inteligência Artificial) para entender a imagem e conseguir um resultado limpo em muito, mas muito pouco tempo. Isso quer dizer que, além da opção que você já conhece de utilizar o VRayDenoiser, você agora também pode usar a tecnologia de AI da NVIDIA para limpar seus render.
Ela é um tanto mais “agressiva” do que o método tradicional, mas funciona lindamente com o IPR (Interactive Production Renderer), o que permite que você tenha um feedback extremamente rápido de sua cena e, quando for fazer o render final, possa escolher entre um denoiser mais rápido mas menos preciso e um denoiser um pouco mais lento mas mais confiável.
Ah, e mais uma coisa: o denoiser agora pode ser aplicado a todos (ou alguns) render elements, então a composição dos passes em pós ficou ainda melhor.
Existem muitas outras novidades que iremos comentar mais pra frente. Fique ligado no V-Ray Masters!